Olá, hoje venho compartilhar algo pessoal que estava relembrando ao receber a novidade da chegada de uma nova turma.
Há exatamente 12 meses atrás minha turma começou a ter o primeiro contato em solo Russo na cidade que escolhemos para realizar o nosso objetivo de cursar Medicina.

A sensação foi única, a de desmanchar malas, ocupar nosso novo quarto, conhecer nossos vizinhos e futuros amigos, escutar frases totalmente desconhecidas.

O frio na barriga de empolgação deixava a saudade de tudo aquilo que um dia vivemos no Brasil se tornou prioridade no primeiro impacto.

A confusão de pensamentos e sentimentos tomava conta de nossa cabeça deixando-nos anestesiados referente ao que realmente iriamos enfrentar.

O tempo foi passando como agua entre os dedos… e !BUM! Chegou as férias do meio do ano…
Muitos retornaram ao Brasil para passar férias, outros viajaram ou ficaram por aqui mesmo…

Cada reencontro a certeza de que aqui é nosso lar.

Eu contava horas… para rever minha família, amigos, namorado, meus bichos de estimação…

Mas a certeza de que retornar logo seria melhor, pois meu lar estaria sozinho… Você absorve RESPONSABILIDADE… Noites no Brasil não fez eu parar de pensar se quando eu retornasse a minha casa ela ao menos estaria inteira… Como estariam meus amigos, como seria minha vida acadêmica… enfim… Sentia pura saudade.

Hoje faz exatamente 1 ano que iniciei minha vida sem família e recebi o presente mais abençoado que Deus poderia me enviar, a certeza que em breve terei meus pais e cachorrinhos perto de mim aqui no país ao lado. Muitos amigos não terão o mesmo privilegio que eu, mas eu sei compartilhar o muito que tenho: Minha família. Isso sera muito bom para minha pessoa e amigos que necessitarem de um abraço, atenção e apoio materno e paterno, não é a mesma coisa, mas ajuda.

Então ao ver o video de um dos novos alunos que chegaram, pude começar a ter ideia do que minha mãe passou… e sinto meu coração muito apertado, pois estava diante dos meus olhos e não percebi somente agi de forma impulssiva.

A parte que mais me tocou desse video foi da mãe desse aluno dizer com a voz tremula e um sorriso no rosto, mesmo quando queria chorar, o quanto ela adiou arrumar as malas do filho. Pensei: Quantas famílias não tiveram a mesma atitude. É doloroso dar um tchau segurando a vontade de chorar e quando entrar no avião você chorar igual uma criança pequena que se perde dos pais em um super mercado e não ter ninguém familiar para te consolar, Quantas vezes fiz isso, ah como doeu!

Em troca do tchau eu fornecia um ATÉ LOGO e não olhava para trás, pois meu medo de desistir sempre foi maior que a ansiedade. Preferia de forma rude aplicar esse ato, pois quando eu estivesse no lugar que eu desejava já seria tarde para arrependimentos.